A inoperância de um homem
A inoperância de um homem
Diante de múltiplos senões A cor ocre do dia Promete chuvas devassas Arde o vento Cisma o homem O ontem não se pode pegar E o amanhã Brilha tanto Mas está oculto Nas cataratas do Niágara Foscas palavras Se desprendem Da mão do escrivão É rude o instante Em que o não Alça o gesto De repente não era bem assim Bastava dizer Que o poeta sucumbiu Julgou que viu O que não viu E no fim de tudo Ficou apenas essa flor de osso Roída por formigas cegas
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 31/01/2024
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