As palavras
Não surtem efeito
Ditas dia a dia
De qualquer jeito
Viram promessas
Infames e cruéis
Pão e fome
Se misturam
No mesmo latão
Do abandono diário
Amor e ódio
Luxo e lixo
Distâncias aumentam
Com as palavras frias
Ninguém entende ninguém
Pais e filhos professam
Palavras desiguais
Pastores criminosos
Pregam morte e desdém
A justiça em muitas verbas
Só condena quem não tem
De seu nem um centavo
Para pagar alguém
Que professe palavras
Que convençam que tem
A inocência e honestidade
Mas as palavras
Que vão se perdendo
Na confusão dos delírios
Trens fora dos trilhos
Mães a matar filhos
Palavras embrulhadas
No lodo largadas
Pelas moscas murmuradas