Nasce um ser humano
Nasce um ser humano
No mundo capitalista Um pequeno ser Tão alvo que parece de plástico Mas tem dedos que se movem Um coração que palpita Linhas tênues de veias Que bombeiam sangue Pela arquitetura humana Olhos que fagulham Imaginam os lucros futuros? Suas pequenas mãos Recatadas sem tédios Quantos gatilhos puxarão Quantos machados de aço Essas pequenas mãos Sustentarão ante a impotência Das árvores derrubadas? Quando será Que esses olhos pequenos Se tornarão insones Ruminando a certeza De que é apenas Nada mais do que isso Um ser humano Destruidor patético Verme que nem ao menos Sabe da terra a doçura
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 15/09/2022
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