Um rato passeava
Um rato passeava
Sobre as luzes de uma estrela Uma moça se escondia Nas encostas de um caminho As onças da fome Caçaram um velho mendigo Que ancorava sua pobreza Nas grades da catedral Súbitos rumores Abafavam a luz do sol Tremulando no crepúsculo A aguda farra dos insanos Dançando sobre a carcaça De um rinoceronte de bronze Pronto para o fim Cavalgando sobre o infortúnio Um homem vestido de jade Mas seu coração Com fortes laços de afeto Aferrava-se ainda Aos contratos sociais Enquanto as sílabas da solidão Gargalhando dunas frias Envolviam como gelo A pele os lábios e os olhos Da multidão desencontrada
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 25/07/2022
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