Queria ir até o infinito
Queria ir até o infinito
E de lá bradar Qualquer coisa Que ninguém ouvisse E quando me procurassem Para ir ao trabalho Para pagar uma conta Para ouvir as notícias Do último golpe fascista Não me encontrariam Pensariam que eu estava Escondido num bar Perdido entre os bezerros Perdidos no campo Ou, talvez, quem sabe Absorto namorando Num motel à beira da estrada Mas qual nada Eu estava no infinito Sem mandar notícias Nem alegre nem aflito Apenas esperando A primeira estrela cadente Passar e me levar Para mais longe ainda
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 06/07/2022
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