Tenho meus poemas
Tenho meus poemas
E é só com eles Que eu posso contar Atracar o lobo Disfarçado em palavra Aço que escapa Corpo que sangra Verbo em delírio Ser seco como uma rosa Depois que um furacão Despetalou cada dobra De seu certo destino Quando eu era menino Até pensava em navegar Ir além dos limites Do portão do quintal Depois vieram as chuvas Meu time perdeu E eu achei um verso E foi então Que o que era doce Virou um poema Partido em pedaços Disforme Agudo Gosma Que se libertou da fuligem
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 18/06/2022
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