Um poema estranho
Um poema estranho
Com estranhas marcas Ruídos medonhos Secretos códigos Súplicas embutidas Rimas retiradas Fôlego suspenso Letras emparelhadas Signos disformes Um poema ocre Borrado de sangue Inundado de desejo Concreto em sua ilha Dedilhado pouco a pouco Até não sobrarem dúvidas Aquele era o poema Que não ia ser acabado Verso abandonado Na cidade das falências Um verso não vale nada A palavra é letra morta Pouco importa o que se diz A morte comanda tudo Ninguém precisa disso Mas o poema gargalha Louco feroz e disforme Em sua existência inconcebível
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 28/08/2021
|