Você sai de casa e depara
Você sai de casa e depara
Com um muro que sangra Na pressa diária Quem é que vê O riso do palhaço O canto do mar Florir de um mistério Âmbar de um vôo Rumor de um anseio Murmurar de um desejo Choro de uma árvore Farfalhar de uma rima Na rua feroz Seguem os escravos Dirigindo seus carros Seus cabelos de feltro Seus casulos de brim Vão tecendo ferozes A rudeza diária Acreditando que o fim São milhões como prêmio Para gastar no shopping Comendo hambúrgueres Bebendo tarântulas Caído num canto Um cão agoniza Seu cérebro vomita Quem é que acredita Nessa louca desdita?
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 05/04/2021
|