CANTO LOUCO DE RAUL
Meus versos parecem rúculas
O poeta escuta É tão de ferro o berro o urro Surdo ensurdecer da cidade Navalha falha a palavra Meia dúzia de esqueletos Lêem a manchete do jornal Afinal, para que serve a rima? Brilho no olho é sinal de delírio? O poeta na praça marcha sem esperar O acorde final Quem há que acorde O grito ecoa mas não é nada É só mais um gemido Mais um gato que mia enquanto enfia Metal que faz do rato Mero artefato É fato que um dia Nem antes nem depois Essa cidade vai arder Enquanto dançarinos loucos entoarão O canto encantado de Raul: - O dia em que a terra parou
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 21/04/2020
|