Urubu de lata
Sou tão velho
Como um urubu de lata Coberto por escamas de prata Atraco em castelos de areia Vôo contra os cataventos Procurando ostras que servem vinho Venho vindo por maremotos Me servindo de contratempos Tantos sonhos armazenados Na garganta dos infortúnios Uma túnica de jade breu A cobrir as feridas e defeitos Ardo cada vez mais Enquanto o mundo se desfaz Eu comum em concreto Desabo e alço vôo De novo estou azul Enquanto o mundo Se desarvora Vou curtindo versos Na água lapidada dos vendavais
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 16/09/2015
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