Escrivão
Eu não escrevo poemas
Apenas transcrevo desarranjos verbais Notas à toa sobre o nada que a vida é Inverdades contidas nos cantos das sílabas Dissabores arrumados em forma de rima Delírios armados em ritmo de versos Acesso os verbos tentando sangrá-los Só para me esquecer De qualquer coisa que não deva lembrar (Será a vida, essa fada luxuriante que passa?) Guardo a diversão para mim Se acaso a encontro de algum tom Qualquer de azul no céu Deixo que as palavras se envolvam Sozinhas entre si Se dissolvam ou se encontrem Vou procurar o sabor Sem tentar querer saber O que dizem ou querem dizer Apenas deixo que saiam de mim As tempestades
Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 01/04/2010
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